Monday, December 22, 2014

Formatura do Curso de Tradutor Classe de 2014

A vida é um jogo de basquete...

O basquetebol é o esporte favorito dos meus filhos. Não entendo muito do jogo, mas eles cresceram me falando a respeito dele. E, sabem de uma coisa, acho que esta turma de formandos em tradutor e intérprete se parece com um time de basquete. Por isso, vou parafrasear 2 Tm 4:7 à moda desse esporte: “Arremessei a bola, fiz a cesta, acabei com o jogo. Agora a medalha é minha...” Você acabou de ganhar a final do campeonato, mas só me deram cinco minutos para comentar o jogo. Por isso, eu gostaria de celebrar, com você, não o que nós professores realizamos (que eu acho que foi muito pouco), mas o que você realizou.

BIZETTI: você não tentou ser melhor do que seus colegas, você tentou ser melhor do que você mesma, e conseguiu ser a cestinha de vários de nossos jogos (não de todos, mas de vários)

CRERIANE: as mulheres que querem ser iguais aos homens não têm ambição, pois as mulheres podem ser muito melhores do que os homens, até no basquete – eu a considero a campeã de enterradas

EDUARDO: não deixou que a catimba dos outros se transformasse na ira do time – em vez disso, você cadenciou o jogo

EMILIANA: você deu os melhores dribles, você trouxe alegria para o jogo – tenho orgulho de ter você no meu time

FABRÍCIO: você provou que grandes coisas podem ser feitas quando você faz um monte de coisas pequenas – você foi o campeão do jogo simples, ponto a ponto

FERNANDO: quanto mais a gente trabalha, mais sorte a gente tem: você só perdeu treino p/fazer estágio no Canadá  - além disso, nosso time também tinha que ter um símbolo sexual

GRAZIELI: você é o que eu chamaria de campeã dos tocos; não conseguiu mudar tudo o que encarou, mas teve a coragem de encarar um monte de coisas, exceto, é claro, quando era a Rabêlo que falava

HUDSON: quando a gente voa uma vez, a gente nunca mais tira os olhos do céu – é como se você tivesse entrado durante o jogo e não quisesse mais sair da quadra

JOSIANNE: você sempre levou o coração consigo – campeã em assistências, sem você seus companheiros de time não teriam tido o mesmo desempenho

KERILIN: você agiu como se o mundo conspirasse para fazê-la feliz, dando-nos um gostinho de que o campeonato já estava ganho

KETLIN: fazer o que precisa ser feito, quando precisa ser feito, quer a gente goste ou não – por isso, foi sua (e do Fernando) a braçadeira de capitão

LUIZ FELIPE: você mais do que suou a camisa – campeão da vitalidade, ninguém conseguiu acompanhá-lo na quadra

LUMINITA: uma pessoa pode fazer a diferença (mesmo que não fale muito), desde que, como você, tenha a mão santa

MATHEUS: houve momentos em que eu não sabia para onde você estava indo, mas o time precisava dessa leveza

RABÊLO: o importante, no jogo, não é passar para os companheiros de time a garrafa d’água, mas acender o fogo (se eu não soubesse que a Ketlin era o capitão, eu pensaria que era você)

RAQUEL: você ficava esperando os rebotes – não venceu nenhuma partida sozinha, mas conseguiu entrar para o time

RENATA: as coisas nunca são tão simples quanto parecem – você conseguiu questionar a estratégia do jogo e propor novas jogadas

SANDERSON: sonhar acordado é tão importante quanto sonhar dormindo – e você sonhou com o título

TAMARA: em quadra, a concentração resolve muitas dificuldades (a concentração é uma das minhas maiores virtudes)

VANESSA: quando você começou, seus arremessos não davam nem aro; eu a coloquei no banco, mas você conseguiu voltar para o jogo

A vida é como um jogo de basquete. Você precisa suar muito. Quem não treina, não joga. Não se pode trapacear. O doping tira você do jogo. É mais difícil fazer pontos de longe. É imperdoável perder arremessos livres. Na vida e na quadra, cada tranco que você dá nas pessoas é punido como falta, mas cada tranco que você recebe lhe dá a oportunidade de marcar pontos. Na vida e na quadra, os bêbados só fazem papel de bobos; os inconsequentes não passam de carga para os outros. É preciso trabalhar em equipe. Você precisa de uma tática, um plano de jogo, uma cadência, e, acima de tudo, você precisa de um bom técnico. Mesmo com as qualidades notáveis que cada um tem, você não vence sozinho. Tenha respeito: respeite os que se importam com o placar do jogo. Na vida e na quadra, nós nos colocamos sob as regras de um Árbitro. Não o provoque desnecessariamente. Todo jogo acaba, todo vigor diminui no decorrer da partida. Aprenda, portanto, a cultivar a simpatia do público. Quanto mais gente torcendo por você, melhor. Deixe-me ser um deles. Deixe-nos ser os seus torcedores. Não decepcione o time, não envergonhe o UNASP. Por mais fútil e banal que seja o assunto, não ouse desdenhar daqueles que torcem por você. Você sai daqui hoje para entrar na quadra da vida. Dou-lhe um pequeno tapa nas costas, não na convicção de que você entendeu tudo, não na convicção de que o treino acabou, mas certo de que você vai fazer o seu melhor, certo de que você vai honrar a camisa que veste. E, se, algum dia, você precisar de um palpite, apareça. Duvido que você precise de um conselho; mas pode ser que você precise de um palpite. E você sabe que nós do UNASP sempre temos um palpite para dar, pois nós nos importamos com você...